sexta-feira, 10 de abril de 2009

Novena à Divina Misericórdia (começa na sexta-feira santa)



Minha filha, se por teu intermédio peço aos homens o culto à Minha misericórdia, por tua vez deves ser a primeira a distingui-te pela confiança na Minha misericórdia. Estou exigindo de ti atos de misericórdia, que devem decorrer do amor para Comigo. Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar. Tu não podes te omitir, descupar-te ou justificar-te. Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a misericórdia, pois constituem uma prova irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia. Sim, o primeiro domingo depois da Páscoa é a Festa da Misericórdia, mas deve haver também ação, e estou exigindo o culto à Minha misericórdia pela solene celebração desta Festa e pela veneração da Imagem que foi pintada. Por meio desta Imagem concederei muitas graças às almas. Ela deve lembrar as exigências da Minha misericórdia, porque mesmo a fé mais forte de nada serve sem as obras. Ó meu Jesus, Vós mesmo me ajudai em tudo, porque vedes como sou pequenina. Conto unicamente com a Vossa bondade, ó Deus.
Diário de Sta Faustina nº 742

Festa da Misericórdia

Pe. Jonas Eduardo, MIC

Um dos elementos mais importantes da devoção à Divina Misericórdia presentes nas revelações de Nosso Senhor à Santa Faustina é a Festa da Misericórdia. No Diário o tema recorrem em 37 números, em 16 dos quais nos deparamos com uma manifestação extraordinária de Jesus a seu respeito. Com efeito, aos 22/02/1931, uma das primeiras revelações de Jesus à Santa Faustina diz respeito à Festa da Misericórdia, que deveria ser celebrada no 2º domingo da Páscoa:

“Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88; 280; 299b; 458; 742; 1048; 1517.
A Festa é uma obra divina, mas Ele quer que Santa Faustina se empenhe tanto em sua implantação (D. 74; 341; 463; 1581; 1680), como em seu incremento: “Na Minha festa, na Festa da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (D. 206); “Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas” (D. 300a; cf. 1072). Santa Faustina abraça com toda a alma esta causa, pelo que exclama e reza: “Oh! como desejo ardentemente que a Festa da Misericórdia seja conhecida pelas almas!” (D. 505); “Apressai, Senhor, a Festa da Misericórdia, para que as almas conheçam a fonte da Vossa bondade” (D. 1003; cf. 1041). Jesus leva a sério a dedicação de Santa Faustina nesta missão: “Pelos teus ardentes desejos, estou apressando a Festa da Misericórdia...” (D. 1082; cf. 1530), e por isso o demônio procura atrapalhar o seu caminho (D. 1496).
Em 1935, no domingo de encerramento do Jubileu da Redenção, Santa Faustina participa da Eucaristia como se estivesse celebrando a Festa da Misericórdia; Jesus então se lhe manifesta como está na imagem e lhe diz: “Essa Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas da Minha compaixão. Toda alma que crê e confia na Minha misericórdia irá alcançá-la” (D. 420; cf. 1042; 1073). Sabe, contudo, que talvez não participe em vida da sua celebração, mas nem por isso se desanima: “Eu sou apenas Seu instrumento. Oh! quão ardentemente desejo ver essa Festa da Misericórdia Divina que Deus está exigindo através de mim, mas se for a vontade de Deus e se ela tiver que ser comemorada solenemente apenas depois da minha morte, eu já agora me alegro com ela e já a comemoro interiormente com a permissão do confessor” (D. 711). Chega a tomar conhecimento – por iluminação divina – das disputas que se dão no Vaticano por causa desta Festa (D. 1110; cf. 1463) e dos avanços positivos a seu respeito através do Beato Pe. Sopocko (D. 1254). A Festa propriamente dita seria celebrada no Santuário de Cracóvia-Lagiewniki seis anos após a morte de Santa Faustina (1944).
Fica patente no Diário que existe uma relação muito estreita entre Festa da Misericórdia e veneração do quadro, proclamação da divina misericórdia, confiança nesta divina misericórdia, participação nos sacramentos (Eucaristia e Confissão) e remissão dos pecados (culpas e penas):
“A tua tarefa e obrigação é pedir aqui na Terra a misericórdia para o mundo inteiro. Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta Minha grande e insondável misericórdia. Faço-te dispensadora da Minha misericórdia. Diz ao teu confessor que aquela Imagem deve ser exposta na igreja, e não dentro da clausura desse Convento. Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (D. 570); “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará. Tudo o que existe saiu das entranhas da Minha misericórdia. Toda alma contemplará em relação a Mim, por toda a eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A Festa da Misericórdia saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa” (D. 699); “Desejo conceder indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a Santa Comunhão na Festa da Minha misericórdia” (D. 1109).
Em 1936 o Senhor lhe pede que esta Festa seja preparada espiritualmente: “O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa. Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças” (D. 796; cf. 1059; 1209). A relevância desta Festa se pode depreender também da seguinte exortação e promessa: “As almas se perdem, apesar da Minha amarga Paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, aFesta da Minha Misericórdia. Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade” (D. 965; cf. 998).
Não fechemos o nosso coração: ouçamos a voz do Senhor!

Celebração da Festa da Misericórdia - 19/04

Novena à Divina Misericórdia que Jesus me mandou escrever e rezar antes da Festa da Misericórdia.

Começa na sexta-feira santa.

Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida e, especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à Casa de Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Por minha parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para essas almas.
Eu respondi: “Jesus, não sei como fazer essa novena e que almas conduzir em primeiro lugar mo Vosso compassivo Coração.” E respondeu-me Jesus que dirá, dia por dia, que almas devo conduzir ao Seu Coração.

Primeiro dia
Hoje, traze-Me a Humanidade inteira, especialmente todos os pecadores e mergulha-os no oceano da Minha misericórdia. Com isso Me consolarás na amarga tristeza em que a perda das almas Me afunda.
Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e de nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vosso compassivo Coração e nunca deixeis sair d’Ele. Nós vo-lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.
Ó onipotência da misericórdia divina,
Socorro para o homem pecador,
Vós sois o oceano de misericórdia e de amor,
E ajudais a quem Vos pede humildemente.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para Humanidade, encerrada no Coração compassivo de Jesus, Mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão mostrai-nos a Vossa misericórdia, para que glorifiquemos a onipotência da Vossa misericórdia, pelos séculos dos séculos. Amém.


Segundo dia

Hoje traze-Me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na Minha insondável misericórdia. Elas me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como por canais, corre sobre a Humanidade a Minha misericórdia.
Misericordiosíssimo Jesus de quem provém tudo que é bom, aumentai em nós a graça, para que pratiquemos dignas obras de misericórdia, a fim de que aqueles que olham para nós, glorifiquem o Pai da Misericórdia, que está no Céu.
A fonte do amor divino
Mora nos corações puros,
Banhados no mar da misericórdia,
Brilhantes como as estrelas, luminosos como a aurora.
Eterno Pai, dirigi o olhar da Vossa misericórdia para a porção eleita da Vossa vinha: para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e, pelos sentimentos do Coração do Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação, e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.



Terceiro dia

Hoje, traze-Me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da Minha misericórdia. Essas almas consolaram-Me na Via-sacra; foram aquelas gotas de consolações em meio ao mar de amarguras.
Misericordiosíssimo Jesus, que concedeis prodigamente a todos as graças do tesouro da Vossa misericórdia, acolhei-nos na mansão do Vosso compassivo Coração e não nos deixeis sair dele pelos séculos. Nós Vos suplicamos pelo amor inconcebível de que está inflamado o Vosso Coração para com o Pai Celestial.
As maravilhas da misericórdia são insondáveis;
Nem o pecador nem o justo as entenderá;
Para todos olhais com o olhar da compaixão
E a todos atraís para o Vosso amor.
Eterno Pai, olhai com o olhar da Vossa misericórdia para as almas fiéis, como a herança do Vosso Filho. Pela Sua dolorosa Paixão concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da Vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas com toda multidão dos Anjos e dos Santos glorifiquem a Vossa imensa misericórdia, por toda eternidade. Amém


Quarto dia

Hoje, traze-Me os pagãos e aqueles que ainda não Me conhecem e nos quais pensei na Minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o Meu Coração. Mergulha-os no mar da Minha misericórdia.
Misericordiosíssimo Jesus, que sois a Luz do mundo todo, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos pagãos que ainda não Vos conhecem. Que os raios da Vossa graça os iluminem para que também eles, juntamente conosco, glorifiquem as maravilhas da Vossa misericórdia e não os deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração.
Que a luz do Vosso amor
Ilumine as trevas das almas!
Fazei que estas almas Vos conheçam
E glorifiquem a Vossa misericórdia, juntamente conosco!

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia, por toda eternidade. Amém.

Quinto dia
Hoje, traze-Me as almas dos cristãos separadas da unidade da Igreja e mergulha-as no mar da Minha misericórdia. Na Minha amarga Paixão dilaceravam o Meu Corpo e o Meu Coração, isto é, Minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja, cicatrizam-se as Minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam a Minha Paixão.
Mesmo para aqueles que rasgaram o manto da Vossa Unidade
Flui o Vosso Coração uma fonte de compaixão;
O poder da Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode tirar também essas almas do erro.
Misteriosíssimo Jesus, que sois a própria Bondade, Vos não negais a luz àqueles que Vos pedem, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas dos nossos irmãos separados e atraí-os pela Vossa luz à unidade da Igreja e não os deixeis sair da mansão do Vosso compassivo Coração, mas fazei com que também eles glorifiquem a riqueza da Vossa misericórdia.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que esbanjaram os Vossos bens e abusaram das Vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do Vosso Filho e para sua amarga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a Vossa misericórdia por todos os séculos eternos. Amém.

Sexto dia
Hoje, traze-Me as almas mansas e humildes, assim como as almas das criancinhas e mergulha-as na Minha misericórdia. Essas almas são mais semelhantes ao Meu Coração.
Elas me confortaram na amarga Paixão da minha agonia. Eu as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar junto aos meus altares. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a Minha graça. Às almas humildes favoreço com a Minha confiança.
Misericordiosíssimo Jesus que dissestes: “ Aprendei de Mim, que sou Manso e humilde de coração”, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração as almas mansas e humildes e as almas das criancinhas. Essas almas encantam o Céu todo e são a especial predileção do Pai
Celestial. São como um ramalhete diante do Trono de Deus, com cujo perfume próprio Deus se deleita. Essas almas têm a mansão permanente no Coração compassivo de Jesus e cantam sem cessar um hino de amor e misericórdia pelos séculos.
A alma verdadeira humilde e mansa
Já respira aqui na terra o ar do paraíso,
E o perfume do seu coração humilde
Encanta o próprio Criador.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas mansas, humildes e para as almas das criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes a Vosso Filho. O perfume destas almas eleva-se da Terra e alcança o Vosso Trono. Pai de misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com estas almas: abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à Vossa misericórdia, pelos séculos eternos. Amém.

Sétimo dia
Hoje, traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a Minha misericórdia. Estas almas foram as que mais sofreram por causa da Minha Paixão e penetraram mais profundamente no Meu espírito. Elas são a imagem viva do Meu Coração compassivo. Estas almas brilharão com um especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do Inferno. Defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte. Misericordiosíssimo Jesus, cujo Coração é o próprio Amor, aceitai na mansão do Vosso compassivo Coração, as almas que honram e glorificam de maneira especial a grandeza da Vossa misericórdia. Estas almas tornadas poderosas pela força do próprio Deus avançam entre penas e adversidades, confiando na Vossa misericórdia. Estas almas estão unidas com Jesus e carregam sobre seus ombros a Humanidade toda. Elas não serão julgadas severamente, mas a Vossa misericórdia as envolverá no momento da morte.
A alma que glorifica a bondade do Senhor
É por Ele especialmente amada;
Ela está sempre próxima da fonte viva
E bebe as graças da misericórdia divina.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que glorificam e honram o Vosso maior atributo, isto é, A Vossa insondável misericórdia. Elas estão enceradas no Coração compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo
E as suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam um hino da misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a Vossa misericórdia segundo a esperança e a confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: As almas que veneram a Minha insondável misericórdia, Eu mesmo as defenderei durante sua vida, e especialmente na hora da morte, como Minha glória. Amém

Oitavo dia
Hoje, traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia. Que as torrentes do Meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas almas são muito amadas por Mim. Elas pagam as dívidas à Minha justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro (64) da Minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh! Se conhecesses o teu tormento, incessantemente oferecias por elas a esmola do espírito e pagarias as suas dívidas à Minha justiça.
Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes que quereis misericórdia, eis que estou trazendo à mansão do Vosso compassivo Coração as almas do Purgatório, almas que Vos são muito queridas e que, no entanto, devem dar reparação a Vossa justiça. Que as torrentes de Sangue e Água que brotaram do Vosso Coração apaguem as chamas do fogo do Purgatório, para que também ali seja glorificado o poder da Vossa misericórdia.

Do terrível ardor do fogo do Purgatório
Ergue-se um lamento [das almas] à Vossa misericórdia
E recebem consolo, alívio e conforto
Na torrente derramada do Sangue e da Água.
Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração Compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão de Jesus,
Vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a Sua Santíssima Alma, mostreis Vossa misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da Vossa justiça. Não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, Vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a Vossa bondade e misericórdia são incomensuráveis. Amém.

Nono dia
Hoje, traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da Minha misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o Meu Coração. Foi da alma tíbia que Minha alma sentiu repugnância no Jardim das Oliveiras. Elas Me levaram a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a Vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação(65) é recorrer à Minha misericórdia.
Ó compassivo Jesus, que sois a própria compaixão, trago à mansão do Vosso compassivo Coração as almas tíbias; que se aqueçam no fogo do Vosso amor puro estas almas geladas que, semelhantes a cadáveres, Vos enchem de tanta repugnância.
Ó Jesus, muito compassivo, usai a onipotência da Vossa misericórdia e atraí-as até o fogo do Vosso amor e concedei-lhes o amor santo, porque Vós tudo podeis.
O fogo e o gelo não podem ser unidos
Porque ou o fogo se apaga, ou o gelo se derrete;
Mas Vossa misericórdia, ó Deus,
Pode auxiliar indigências ainda maiores.
Eterno Pai, olhai com Vossa misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-vos pela amargura da Paixão de Vosso Filho e por Sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da Vossa misericórdia... Amém.
(66) Ó dia eterno, ó dia desejado,
Espero por ti com saudade e ansiedade,
O amor afastará logo os véus,
E tu serás minha salvação.
Ó dia lindíssimo, momento incomparável
Em que verei, pela primeira vez, a meu Deus,
Esposos da minha alma e Senhor dos senhores,
Sinto que o terror não dominará minha alma.
Ó dia soleníssimo, ó dia luminosos,
Em que a alma conhecerá a Deus em Seu poder
E mergulhará toda em Seu amor,
E conhecerá que já passaram as penúrias do exílio
.Ó dia feliz, ó dia abençoado
Em que meu coração se inflamará de um calor eterno,
Porque já agora Te pressinto, embora através de véus,
Tu és para mim, ó Jesus, enlevo e encanto na vida e na morte.
Ó dia pelo qual espero a vida toda,
Eu Te espero tanto, ó Senhor
Porque unicamente a Ti desejo:
Tu és tudo no meu coração, e tudo ao mais, é o nada.
Ó dia de delícias, de eternas suavidades,
Deus de grande majestade, Esposo meu,
Tu sabes que nada satisfará um coração virginal,
Em Teu doce Coração reclino meu rosto.
A CADA DIA REZE O TERÇO DA MISERICÓRDIA

A Festa da Misericórdia

A Festa da Misericórdia
Pe. Jonas Eduardo, MIC

Um dos elementos mais importantes da devoção à Divina Misericórdia presentes nas revelações de Nosso Senhor à Santa Faustina é a Festa da Misericórdia. No Diário o tema recorrem em 37 números, em 16 dos quais nos deparamos com uma manifestação extraordinária de Jesus a seu respeito. Com efeito, aos 22/02/1931, uma das primeiras revelações de Jesus à Santa Faustina diz respeito à Festa da Misericórdia, que deveria ser celebrada no 2º domingo da Páscoa:
“Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel, seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88; 280; 299b; 458; 742; 1048; 1517).

A Festa é uma obra divina, mas Ele quer que Santa Faustina se empenhe tanto em sua implantação (D. 74; 341; 463; 1581; 1680), como em seu incremento: “Na Minha festa, na Festa da Misericórdia, percorrerás o mundo inteiro e trarás as almas que desfalecem à fonte da Minha misericórdia. Eu as curarei e fortalecerei” (D. 206); “Pede ao Meu servo fiel que, nesse dia, fale ao mundo inteiro desta Minha grande misericórdia, que aquele que, nesse dia, se aproximar da Fonte da Vida, alcançará perdão total das culpas e penas” (D. 300a; cf. 1072). Santa Faustina abraça com toda a alma esta causa, pelo que exclama e reza: “Oh! como desejo ardentemente que a Festa da Misericórdia seja conhecida pelas almas!” (D. 505); “Apressai, Senhor, a Festa da Misericórdia, para que as almas conheçam a fonte da Vossa bondade” (D. 1003; cf. 1041). Jesus leva a sério a dedicação de Santa Faustina nesta missão: “Pelos teus ardentes desejos, estou apressando a Festa da Misericórdia...” (D. 1082; cf. 1530), e por isso o demônio procura atrapalhar o seu caminho (D. 1496).

Em 1935, no domingo de encerramento do Jubileu da Redenção, Santa Faustina participa da Eucaristia como se estivesse celebrando a Festa da Misericórdia; Jesus então se lhe manifesta como está na imagem e lhe diz: “Essa Festa saiu do mais íntimo da Minha misericórdia e está aprovada nas profundezas da Minha compaixão. Toda alma que crê e confia na Minha misericórdia irá alcançá-la” (D. 420; cf. 1042; 1073). Sabe, contudo, que talvez não participe em vida da sua celebração, mas nem por isso se desanima: “Eu sou apenas Seu instrumento. Oh! quão ardentemente desejo ver essa Festa da Misericórdia Divina que Deus está exigindo através de mim, mas se for a vontade de Deus e se ela tiver que ser comemorada solenemente apenas depois da minha morte, eu já agora me alegro com ela e já a comemoro interiormente com a permissão do confessor” (D. 711). Chega a tomar conhecimento – por iluminação divina – das disputas que se dão no Vaticano por causa desta Festa (D. 1110; cf. 1463) e dos avanços positivos a seu respeito através do Beato Pe. Sopocko (D. 1254). A Festa propriamente dita seria celebrada no Santuário de Cracóvia-Lagiewniki seis anos após a morte de Santa Faustina (1944).
Fica patente no Diário que existe uma relação muito estreita entre Festa da Misericórdia e veneração do quadro, proclamação da divina misericórdia, confiança nesta divina misericórdia, participação nos sacramentos (Eucaristia e Confissão) e remissão dos pecados (culpas e penas):

“A tua tarefa e obrigação é pedir aqui na Terra a misericórdia para o mundo inteiro. Nenhuma alma terá justificação, enquanto não se dirigir, com confiança, à Minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta Minha grande e insondável misericórdia. Faço-te dispensadora da Minha misericórdia. Diz ao teu confessor que aquela Imagem deve ser exposta na igreja, e não dentro da clausura desse Convento. Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela” (D. 570); “Desejo que a Festa da Misericórdia seja refúgio e abrigo para todas as almas, especialmente para os pecadores. Neste dia, estão abertas as entranhas da Minha misericórdia. Derramo todo um mar de graças sobre as almas que se aproximam da fonte da Minha misericórdia. A alma que se confessar e comungar alcançará o perdão das culpas e das penas. Nesse dia, estão abertas todas as comportas divinas, pelas quais fluem as graças. Que nenhuma alma tenha medo de se aproximar de Mim, ainda que seus pecados sejam como o escarlate. A Minha misericórdia é tão grande que, por toda a eternidade, nenhuma mente, nem humana, nem angélica a aprofundará. Tudo o que existe saiu das entranhas da Minha misericórdia. Toda alma contemplará em relação a Mim, por toda a eternidade, todo o Meu amor e a Minha misericórdia. A Festa da Misericórdia saiu das Minhas entranhas. Desejo que seja celebrada solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa” (D. 699); “Desejo conceder indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a Santa Comunhão na Festa da Minha misericórdia” (D. 1109).

Em 1936 o Senhor lhe pede que esta Festa seja preparada espiritualmente: “O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira Santa. Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças” (D. 796; cf. 1059; 1209). A relevância desta Festa se pode depreender também da seguinte exortação e promessa: “As almas se perdem, apesar da Minha amarga Paixão. Estou lhes dando a última tábua de salvação, isto é, a Festa da Minha Misericórdia. Se não venerarem a Minha misericórdia, perecerão por toda a eternidade” (D. 965; cf. 998).
Não fechemos o nosso coração: ouçamos a voz do Senhor! Caro devoto e apóstolo, não deixe de participar da grande Festa da Divina Misericórdia em nosso Santuário ou onde lhe for mais conveniente! Prepare-se com uma boa confissão, traga o seu quadro e convide os seus parentes e amigos! Eis o tempo da graça, eis o dia da salvação!


Celebração da Festa da Misericórdia - 19/04

Uma preparação espiritual para a Festa da Misericórdia

Novena da Misericórdia
Novena da Misericórdia: importante expressão da piedade cristã contemporânea

Uma preparação espiritual para a Festa da Misericórdia


Pe. Jonas Eduardo, MIC

Um dos elementos mais presentes na religiosidade ou devoção popular são as novenas preparatórias para as festas dos padroeiros locais. Novena de São Francisco, Novena de Santa Terezinha etc. – são expressões de fé e piedade por vezes, talvez, improvisadas ou confusas, mas não desprovidas de significado e relevância para a comunidade local e para o devoto em particular. A piedade popular se manifesta de variadas formas nas diversas partes do mundo (p. ex., a novena do rei S. Luís IX na França), e por isso desde 1963 a Igreja tem procurado valorizá-la e orientá-la com mais clareza (cf. Concílio Vaticano II, SC 9 e 13; Paulo VI, Evangelii nuntiandi, 48; Catecismo da Igreja Católica, 1178; 1674ss). Na América Latina, recentemente o Documento de Aparecida (2007) sublinhou que tais práticas – “festas patronais”, “novenas” etc. – refletem “uma sede de Deus” e por isso constituem um “precioso tesouro” (nn. 258-259) a ser salvaguardado e purificado. Dentre as diversas novenas existentes, a novena de Pentecostes, da Imaculada Conceição e do Natal do Senhor gozam de oficial beneplácito eclesial (cf. Manual de Indulgências, 1986, Concessões, n. 34), o que demonstra que formas de piedade particular podem adquirir paulatinamente um caráter universal, sinal do Espírito que move a Igreja.

A Igreja tem procurado contemplar a piedade popular de uma maneira justa. Em 2001 o Vaticano, através da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, publicou o “Diretório sobre piedade popular e liturgia. Princípios e orientações”, importantíssimo documento sobre o assunto, no qual a Igreja examina mais detidamente a relação entre a Liturgia oficial e a religiosidade popular. Recorda (nn. 29s) que a piedade popular floresceu na Idade Média (entre os séculos VII e XV), já que os fiéis não conseguiam vivenciar de modo frutuoso as celebrações litúrgicas. Algumas de suas expressões surgidas naquela época chegaram até os nossos dias, dentre as quais as novenas (n. 32), o que é uma indicação da sua validade. Apesar de desvios que possam ocorrer aqui e acolá, liturgia e piedade popular “são duas expressões legítimas do culto cristão” que devem estar “em mútuo e fecundo contato” (n. 58), lembrados de que no âmbito da fé hão de se conjugar o privado com o comunitário, o local com o universal, o espontâneo com o oficial. Mesmo com a reforma litúrgica promovida pelo Concílio de Trento (séc. XVI), será justamente após ele que as formas devocionais hão de se desenvolver de um modo mais forte, demonstrando que não se pode aprisionar o Espírito (cf. Grolla, Valentino, L’agire della Chiesa. Teologia pastorale, Ed. Messaggero, Padova, 20033, p. 349).

Aquele que é “três vezes Santo” quis ocultar-se “por nove meses no Coração da Virgem” (Santa Faustina, Diário, n. 161), tempo da gestação humana, necessário para que venha à luz um novo ser. O número “nove” não é muito explorado pela Sagrada Escritura, mas pode ser relacionado com uma nova vida que está chegando; haja visto que o número dez é tido como perfeito (p. ex., Êx 34,28; Ap 17,12), e portanto o nove aponta para uma plenitude que está próxima. – Um outro modo de considerar a questão destaca que “a novena não é outra coisa que um tríduo triplicado, isto é potenciado, levado por conseguinte a uma eficácia muito maior, e reservado portanto aos casos mais solenes” (Enciclopedia cattolica, Città del Vaticano, 1954, “Triduo”, p. 518). O número três é particularmente simbólico; Deus se revelou um só em 3 Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo; quando se quer reforçar ou dar ênfase a uma expressão, repete-se a mesma por 3 vezes. Assim, afirmar que Deus é Santo, diz-se três vezes: “Deus é Santo, Santo, Santo” (Is 6,3; Ap 4,8). Deus abençoa três vezes (Nm 6,24-26). Três são os mensageiros que anunciam o nascimento de Isaac (Gn 18,1ss). É ele próprio, então, o número da plenitude (Ap 21,13) e da santidade (Ap 4,8).

Na Sagrada Escritura se costuma sublinhar o período de três dias como tempo de preparação para algum importante acontecimento ou intervenção divina (cf. Tb 3,10; Jt 12,6; Est 4,16; 2Mc 13,12; Jo 2,1.19-21; At 9,9; etc.). S. Agostinho registra que em Roma havia muitos cristãos que praticavam a devoção do “tríduo contínuo” (continuum tríduum) de oração e sacrifício (De mor. eccl. cath. I,33). Por sua vez, a celebração cristã da novena é prefigurada pelos nove dias em que os Apóstolos (Pedro, Tiago e João mais outros nove!) e os primeiros discípulos/as deviam aguardar, em Jerusalém, pela mais plena manifestação do Espírito Santo, seguindo a vontade expressa de Jesus após a sua Ressurreição (cf. At 1,3s.; 2,1); S. Lucas registra que nestes dias estavam em profunda comunhão com Deus e com o próximo: “Todos estes, unânimes, perseveravam na oração” (At 1,14). Interessante notar ainda que estes nove dias preparavam a Igreja para a sua manifestação ao mundo, para o seu “parto”, após três anos de intensa preparação durante a vida pública de Jesus. Através das novenas procuramos corresponder ao apelo e testemunho do Senhor, às portas da sua paixão e morte: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação... E, afastando-se de novo, orava dizendo a mesma coisa” (Mc 14,38s), lembrados ainda do seu ensinamento sobre a insistência e a perseverança na oração, suplicando aquilo que é necessário ou conveniente para a nossa salvação e a alheia (cf. Lc 11,5-13; 18,1-8).

Uma das maiores místicas da espiritualidade cristã soube integrar muito bem liturgia e piedade. Santa Faustina Kowalska alimentava a sua fé, esperança e caridade, sobretudo, a partir dos sacramentos (Eucaristia e Confissão; ano litúrgico) e da oração comunitária e pessoal (meditação, contemplação), e ao redor deste eixo inseria as práticas devocionais (oração vocal). Em seu Diário encontramos o testemunho de que ela várias vezes realizou novenas (ao Sagrado Coração de Jesus, ao Espírito Santo, a N. Senhora, aos santos) através da recepção da Comunhão, Adoração ao Ssmo., orações específicas (Via-Sacra, oração à misericórdia divina [n. 187], mil Ave-Marias, ladainhas etc.) e/ou mortificações, tendo em vista objetivos diversos: por si mesma, pela obra da divina misericórdia, pelo Papa, pelo confessor, pelo clero, pelo mundo e pela pátria (cf. nn. 150; 269; 325; 529; 647; 665; 922; 940; 1041s; 1090; 1206; 1251; 1257; 1290; 1413; 1752). Algumas vezes foi o próprio Jesus quem diretamente lhas recomendou: “Vai falar com a Superiora e pede que te permita fazer diariamente uma hora de adoração, durante nove dias... Reza de coração em união com Maria e, também, procura durante esse tempo fazer a Via-sacra” (n. 32s); “Faz uma novena pela Pátria” (n. 59s); “Faz uma novena na intenção do Santo Padre...” (n. 341).

O Diário de Santa Faustina nos lega, outrossim, uma nova e importante prática de piedade, a novena em preparação à Festa da Divina Misericórdia, que por isso mesmo se encontra em profunda relação com a liturgia da Igreja. Acontece durante o Tríduo Pascal e a Oitava da Páscoa, favorecendo ao fiel uma mais profunda imersão no mistério da misericórdia divina, que plenamente se manifesta na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em 3 momentos o Diário trata desta novena de um modo específico:

- Prelúdio, em 1936: “O Senhor me disse para rezar o Terço da Misericórdia por nove dias antes da Festa da Misericórdia. Devo começar na Sexta-feira santa. Através desta novena concederei às almas toda espécie de graças” (n. 796);

- Revelação completa, em 1937: “Jesus me manda fazer uma novena antes da Festa da Misericórdia, e hoje devo começá-la, pedindo a conversão do mundo inteiro e o conhecimento da misericórdia de Deus” (n. 1059); “Novena à Misericórdia Divina que Jesus me mandou escrever e rezar antes da Festa da Misericórdia. Começa na sexta-feira santa. Desejo que, durante estes nove dias, conduzas as almas à fonte da Minha misericórdia, a fim de que recebam força, alívio e todas as graças de que necessitam nas dificuldades da vida e, especialmente na hora da morte. Cada dia conduzirás ao Meu Coração um grupo diferente de almas e as mergulharás nesse oceano da Minha misericórdia. Eu conduzirei todas essas almas à Casa de Meu Pai. Procederás assim nesta vida e na futura. Por Minha parte, nada negarei àquelas almas que tu conduzirás à fonte da Minha misericórdia. Cada dia pedirás a Meu Pai, pela Minha amarga Paixão, graças para essas almas” (n. 1209).

Já naquele ano de 1937 esta novena era aprovada e publicada em Cracóvia (cf. nn. 1255; 1379). As suas nove intenções se encontram sob os números 1209-1229 do Diário, e abarcam os mais variegados grupos de pessoas. Reza-se por todo o gênero humano marcado pelo pecado (todos somos pecadores!), mas de modo especial pelos pecadores (agonizantes, impenitentes, endurecidos e empedernidos, segundo expressões utilizadas no Diário); intercede-se pelos diversos membros da Igreja, tanto pelos sacerdotes e religiosos, como pelos fiéis em geral; pede-se também pelos cristãos separados (“heréticos e cismáticos”), pelos não-cristãos e por aqueles que ainda não conhecem a Deus (ateus, agnósticos e poderíamos incluir os “católicos de IBGE”!); reza-se pelas almas mansas e humildes (mais semelhantes ao Coração de Jesus) e pelos que glorificam de maneira especial a Divina misericórdia; por fim são apresentadas ao Senhor as alma do purgatório e aqueles que vivem na tibieza (baixo fervor espiritual e empenho cristão). Vê-se que é uma maravilhosa prática de intercessão comunitária, uma espécie de prolongamento da Oração universal com suas 10 intenções, antiqüíssima oração presente na Celebração da Paixão do Senhor na Sexta-feira santa.

No Diário igualmente se exorta a rezar durante nove dias à divina misericórdia em outras circunstâncias. Por exemplo, em 1935, Santa Faustina resolveu “fazer logo uma novena à Misericórdia” por uma pessoa em necessidade (n. 364). Naquele mesmo ano o próprio Jesus lhe pediu rezar o terço da misericórdia por nove dias, a fim de que se aplacasse a justiça divina antes os pecados do mundo (n. 476). No ano seguinte Jesus pede que as irmãs e as educandas fizessem o mesmo pela Polônia (n. 714). Noutra ocasião S. Faustina reza uma novena à misericórdia divina no dia 28 de dezembro (n. 851). Em 1938 a religiosa polonesa realizou esta novena por uma coirmã, a fim de que se cumprisse nela os planos divinos, pois “na oração não devemos forçar a Deus a nos dar o que nós queremos, mas antes submeter-nos à Sua santa vontade” (n. 1525). Os Padres José Andrasz e Miguel Sopocko, que acompanharam S. Faustina, explicam que “a novena da Misericórdia pode ser feita em qualquer tempo, mas, de harmonia com os desejos de Nosso Senhor, a época própria é a preparação para a Festa da Misericórdia” (A misericórdia de Deus, a única esperança da humanidade, Tipografia Porto Médico, Porto, 19562, p. 64). No que diz respeito às festas relacionadas com a devoção à Divina Misericórdia, esta é a principal, e por isso há de ser preparada de um modo especial (cf. Laria, Raffaele, Santa Faustina e a Divina Misericórdia, Paulus, Apelação, 2004, p. 121).

Caro devoto e apóstolo da Divina Misericórdia, venha participar conosco na novena da Divina Misericórdia! Em nosso Santuário ela acontecerá todos os dias, a partir da Sexta-feira Santa, às 19h! Durante este período os padres estarão à disposição para as Confissões! Se não puder participar aqui, faça em casa ou em família! Para você que mora fora de Curitiba, divulgue a novena em sua comunidade, junto ao seu Pároco! Celebremos de um modo pleno – liturgia e devoção – a vitória do amor de Deus sobre o pecado, a morte e o maligno!

“Para quem realmente quer, nada é difícil” (Diário, n. 1413).

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Diário de Sta Faustina nº742


"Deves mostrar-te misericordiosa com os outros, sempre e em qualquer lugar.
Tu não podes te omitir, desculpar-te ou justificar-te. Eu te indico três maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a ação, a segunda a palavra e a terceira a oração. Nesses três graus repousa a plenitude da misericórdia, pois constituem uma prova irrefutável do amor por Mim. É deste modo que a alma glorifica e honra a Minha misericórdia"
(Diário de Sta Faustina nº742)

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Diário de Sta Faustina nº 1578

"As graças da Minha misericórdia coIhem-se com o único vaso, que é a confiança. Quanto mais a alma confiar, tanto mais receberá. Grande consolo Me dao as almas de ilimitada confiança, porque, em almas assim derramo todos os tesouros das Minhas graças. Alegro-Me por pedirem muito, porque o Meu desejo é dar muito, muito mesmo. Fico triste, entretanto, quando as almas pedem pouco, quando estreitam os seus coraçoes" (Diário de Sta Faustina nº 1578).

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Diário Sta Faustina n 477

"Quando recebo a Jesus na Santa Comunhão, peço-Lhe com fervor que se digne a curar minha lingua, para que não ofenda com ela a Deus nem ao próximo. Desejo que a minha lingua incessantemente glorifique a Deus." (DF nº 92) "O silêncio é como a espada na luta espiritual (...) A alma recolhida é capaz da mais profunda união com Deus, ela vive quase sempre sob a inspiração do Espírito Santo. Deus opera sem obstáculo na alma silenciosa" (Diário, 477)

Diário de Santa Faustina nº 118

Para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio da alma e calar-se, não com um silêncio sombrio, mas com o silêncio na alma , isto é, com o recolhimento em Deus . Para ouvir a voz de Deus, é preciso ter o silêncio da alma e calar-se, não com um silêncio sombrio, mas com o silêncio na alma , isto é, com o recolhimento em Deus . (Diário de Santa Faustina nº 118)